quarta-feira, 4 de março de 2009

A inutilidade da minha vida

Por cada dia que passa sem me encontrar, por cada momento que vivo sem me lembrar de quem sou, percebo o quanto é inútil a minha vida...

Sei que estás aí, que me proteges, vigias, confortas e me acompanhas, mas há alturas em que simplesmente não te consigo sentir...

Há alturas em que o vazio da minha alma é maior do que eu, maior do que o significado que quis para a minha vida...

Uma dor que marca, que mata e que dói...

Um vazio que arruína, que queima e destrói...

Uma inutilidade latente, sentida, vivida... inconsciente...

Que palavras as minhas, dirias tu...

Que sentimentos os meus...

Como me ensinaste um dia, a dor quando vem é para ser sentida na sua plenitude.

Para ver através dela a essência do que sou e a razão para o que vim...

É uma lição de vida para levar a sério, sob pena de teres de voltar a passar por ela...

Sei com a experiência desta vida que estes sentimentos me fazem crescer e me fazem aquilo que quis, mas o vazio em que tantas vezes mergulho, transformam esta existência numa simples, insignificante e dura passagem dos dias...

Mas, porque me ensinaste e porque sabes que a minha alma anseia por mais, lá estás novamente a sorrir-me e a dizer que afinal vale a pena...

Se hoje te permitires sentir até ao fim, se hoje simplesmente deixares a tristeza ou a dor exprimir-se totalmente, amanhã estarás diferente...

E, na verdade, hoje estou diferente, serena, calma e confiante...

Não no que me rodeia, nas pessoas ou nos bens que afinal não me pertencem...

Mas em mim, na certeza da minha presença e em ti...

...que tudo sentes, tudo podes e tudo És...

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